terça-feira, 4 de novembro de 2008

Uma Companhia de Atores













Rodrigo Ferrarini, Pablito Kucarz, Andrea Obrecht e Renata Hardy!!!


Reportagem de 15/06/2008 Jornal Gazeta do Povo [ caderno G] por Luciana Romagnolli
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=776184&tit=As-novas-faces-do-teatro


As novas faces do teatro



De olho nas jovens companhias que conquistam respeito na cena curitibana e promovem o fortalecimento do teatro de grupo na cidade, a Gazeta do Povo inicia série de reportagens sobre quem são e o que pensam seus integrantes


Quem faz do teatro um programa cultural freqüente possivelmente já está familiarizado com as jovens companhias locais, que chamam a atenção em espetáculos guiados pelo trabalho de pesquisa e se articulam em mostras, como a Novos Repertórios e a Cena Breve, e no Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba, para se fortalecer.


Essas novas trupes começam a formar um público fiel para acompanhá-las a cada novo projeto, mas a verdade é que continuam desconhecidos pela grande maioria dos curitibanos. Por isso, a Gazeta do Povo inicia hoje uma série de reportagens sobre quem são – e o que pensam – as jovens companhias que despontam na cidade: A Pausa e A Armadilha fazem a estréia.


Uma companhia de atores

A Pausa Companhia recebeu a reportagem da Gazeta do Povo para um bate-papo no estúdio onde está prestes a iniciar os ensaios de seu próximo espetáculo, O Mez da Gripe, previsto para estrear no fim de julho.
Desfalcados de um integrante (Gabriel Gorosito, que foi a Londrina encenar a peça Henfil, Já!), os atores contaram que o embrião do grupo surgiu em 2004, da inquietação de Renata Hardy e Gorosito, namorados fora do palco, de estudar teatro de acordo com suas próprias motivações.


O casal elegeu como fonte de aprendizado um livro importado que listava “as melhores peças curtas” do ano, com textos de jovens e consagrados dramaturgos. Os dois então chamaram os amigos Rodrigo Ferrarini, Andrea Obrecht e Pablito Kucarz para participar da iniciativa. Queriam conhecer o que estava acontecendo de teatro no mundo e, quando só ler já não bastava, colocaram a companhia em ação.


Formada só por atores, a Pausa passou a convidar diretores para conduzi-la em trabalhos específicos: Márcio Mattana, importante colaborador, assumiu a função em Aperitivos (2005) e Menos Emergências (2007) – em cartaz só até hoje no Teatro Cleon Jacques –; Fernando Kinas, em Febre (2008); e Moacir Chaves os dirigirá em O Mez da Gripe. “É um ganho infinito para o ator poder trabalhar a linguagem teatral por abordagens tão diferentes”, diz Renata.


Aperitivos teve boa recepção, num boca-a-boca que manteve a peça em cartaz por três temporadas, mas foi Menos Emergências, do britânico Martin Crimp, a “divisora de águas” na trajetória do grupo: “É nosso primeiro espetáculo com um texto sem personagens, com dramaturgia contemporânea e diálogo direto com o público”, lembra Andrea. A companhia havia encontrado um teatro que não dá respostas, mas propõe reflexões – caminho pelo qual seguem com os textos de Valêncio Xavier, base das duas peças seguintes.
O interesse da Pausa, desde então, se volta para pensar as relações humanas atuais em uma linguagem contemporânea de dramaturgia, explorando autores brasileiros, sem uma estética definida ainda: “Isso é uma característica da companhia”, diz Ferrarini. Ser esteticamente alterada por cada diretor convidado. Moacir Chaves acaba de chegar para traçar os próximos passos do grupo.
Integrantes
Renata Hardy, 34 anos
Começou a fazer teatro na escola aos 14 anos. Continuou pelo prazer: “Você não cabe em si e precisa dizer alguma coisa para o mundo”. Tem interesse pelo trabalho de performance. O que o grupo diz sobre ela: “É a mais inquieta, ótima em tomar a iniciativa e boa de briga.”

Andrea Obrecht, 29 anos
Começou com uma peça para a aula de Português do colégio, aos 14 anos. Por que continuou? “É um desejo que se alimenta, nunca é o mesmo desejo.” É massoterapeuta e estuda medicina chinesa. O que o grupo diz sobre ela: “Dedicada, estudiosa, a mais calma e menos ansiosa.”

Rodrigo Ferrarini, 29 anos
Outro que começou a fazer teatro aos 14 anos, na escola, e não parou. “Não vou sair de casa para fazer um serviço, mas para algo que eu gosto.” Só teatro, porém, não paga as contas – a publicidade e o cinema ajudam. O que o grupo diz sobre ele: “É o mais prático e objetivo, o relações públicas da companhia. Polido e político.”

Gabriel Gorosito, 30 anos
Começou a fazer teatro no Colégio Estadual do Paraná. Já tinha relação forte com a música (é filho de maestro, com o qual viajou em turnês pelo mundo). O que o grupo diz sobre ele: “Prático, movimenta o grupo, dá o primeiro impulso. É o mais carismático, brincalhão e sedutor.”

Pablito Kucarz, 26 anos
Começou a fazer teatro há dois anos, nas oficinas do Ateliê de Criação Teatral (ACT), como aluno de Andrea. Foi designer gráfico e operador de som da companhia antes de atuar. O que o grupo diz sobre ele: “É pau pra toda obra e observador. Percebe as coisas antes dos outros e resolve em silêncio.”

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